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Hipotireoidismo e Menopausa – Parte 1

Hipotireoidismo e Menopausa – Parte 1

Hipotireoidismo e Menopausa - Parte 1

A menopausa representa uma fase de grandes transformações hormonais e metabólicas na vida da mulher. Em mulheres com hipotireoidismo, os sintomas da menopausa variam em intensidade e tendem a se tornar mais pronunciados, complexos e persistentes. Isso se deve à interação entre a deficiência estrogênica da menopausa e a redução dos hormônios tireoidianos, ambos essenciais para o equilíbrio do metabolismo, do humor, da função cardiovascular e da saúde óssea. A sobreposição desses dois quadros hormonais cria um cenário clínico desafiador, em que sintomas se intensificam e se confundem, atrasando diagnósticos e comprometendo a qualidade de vida da mulher.

O hipotireoidismo é uma condição caracterizada pela diminuição na produção dos hormônios tireoidianos, especialmente a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), ou pela incapacidade desses hormônios de exercerem adequadamente suas funções nos tecidos. Essa deficiência afeta praticamente todos os sistemas do organismo, incluindo o neurológico, cardiovascular, digestivo, músculo-esquelético e reprodutivo.

Por sua vez, a menopausa promove um estado de hipoestrogenismo progressivo, resultando em sintomas como ondas de calor, distúrbios do sono, alterações de humor, perda óssea e redistribuição de gordura corporal. Quando essas duas condições coexistem, há um acúmulo de fatores que dificultam a adaptação do organismo e a estabilização sintomática.

Um dos primeiros sinais de que a menopausa está se intensificando em mulheres com hipotireoidismo é a piora da fadiga. A exaustão física e mental já é um sintoma comum do climatério, mas no hipotireoidismo ela se agrava devido à lentificação metabólica generalizada. As mulheres relatam sentir-se constantemente cansadas, com pouca energia para realizar tarefas simples, e com necessidade aumentada de repouso. Essa fadiga está frequentemente associada à sonolência diurna, dificuldade de concentração e um sentimento persistente de “cérebro nublado”, que pode ser confundido com sinais iniciais de demência, mas que, na verdade, é resultado da ação combinada da carência de estrogênio e de hormônios tireoidianos no sistema nervoso central.

O hipotireoidismo, mesmo em sua forma subclínica, pode agravar riscos cardiovasculares e metabólicos já aumentados pela deficiência estrogênica da menopausa.

Portanto, a relação entre menopausa e hipotireoidismo é marcada por aumento da prevalência de disfunção tireoidiana após a menopausa, sobreposição de sintomas e potencial impacto aditivo nos riscos cardiovasculares e ósseos. Recomenda-se manter um limiar baixo para investigação de disfunção tireoidiana em mulheres no climatério e pós-menopausa.

Além disso, o hipotireoidismo pode agravar complicações metabólicas e cardiovasculares já aumentadas pela deficiência estrogênica da menopausa, como dislipidemia e risco cardiovascular, além de potencializar sintomas neuropsiquiátricos, como depressão e déficit de memória.

 O hipotireoidismo também pode contribuir para a piora da qualidade de vida e aumentar o risco de osteoporose, que já é elevado no período pós-menopausa.

A literatura destaca que até mesmo formas subclínicas de hipotireoidismo podem ter impacto negativo sobre sintomas neuropsiquiátricos e metabólicos em mulheres menopausadas, justificando a recomendação de rastreamento mais amplo da função tireoidiana nesse grupo.

Portanto, a coexistência de hipotireoidismo e menopausa pode resultar em sintomas mais intensos e maior risco de complicações, exigindo abordagem diagnóstica e terapêutica cuidadosa.

O comprometimento cognitivo, por sua vez, também se intensifica. Mulheres na menopausa frequentemente referem lapsos de memória, redução da capacidade de foco e maior irritabilidade. O hipotireoidismo contribui diretamente para esses sintomas, ao afetar a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, fundamentais para o equilíbrio do humor e da função mental. Estudos mostram que a deficiência de hormônios tireoidianos está fortemente ligada ao aumento do risco de depressão, e que o tratamento adequado com levotiroxina pode reverter parte desses sintomas. No entanto, quando o controle do hipotireoidismo é inadequado, os quadros depressivos podem ser persistentes, refratários e confundidos com transtornos psiquiátricos primários.

Outro sintoma que se intensifica de forma marcante é a intolerância ao frio. A menopausa já altera a regulação térmica do corpo, resultando em episódios de ondas de calor e sudorese, sobretudo noturna. Quando somada ao hipotireoidismo, que reduz a termogênese e diminui o fluxo sanguíneo periférico, a mulher passa a alternar entre sensações extremas de calor e frio, o que compromete o conforto, o sono e o bem-estar geral. Essa instabilidade térmica também interfere na qualidade do sono, que se torna mais fragmentado, leve e não reparador. A mulher acorda várias vezes durante a noite, muitas vezes com calafrios, suores ou agitação emocional, e, pela manhã, sente-se ainda mais exausta do que na noite anterior.

A pele, os cabelos e as unhas também sofrem alterações mais acentuadas nesse grupo. A pele, que tende a ficar mais fina e seca com a queda do estrogênio, torna-se ainda mais áspera e ressecada com o hipotireoidismo, que reduz a hidratação natural e o metabolismo dos tecidos cutâneos. Os cabelos, por sua vez, tornam-se quebradiços, com queda mais acentuada, especialmente nas regiões frontal e parietal. As unhas apresentam crescimento lento, perda de brilho e tendência à fragilidade. Esses sinais físicos, embora não graves do ponto de vista clínico, impactam a autoestima feminina, sobretudo em uma fase em que a imagem corporal já está sendo desafiada por mudanças como ganho de peso, flacidez e alterações na composição corporal.

O ganho de peso, aliás, é uma das queixas mais frequentes e frustrantes entre mulheres na menopausa com hipotireoidismo. O metabolismo basal naturalmente desacelera após os 40 anos, mas o hipotireoidismo potencializa essa redução, favorecendo o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Além disso, há uma diminuição na massa magra e um aumento na resistência à insulina, o que favorece quadros de pré-diabetes ou agrava o controle glicêmico em mulheres já diabéticas. A resposta ao exercício físico e às dietas também tende a ser mais lenta, o que contribui para uma sensação de impotência diante do espelho e compromete a motivação para mudanças no estilo de vida. Esse acúmulo de gordura visceral também aumenta o risco cardiovascular, já elevado devido à combinação de menopausa e disfunção tireoidiana.

No campo cardiovascular, os efeitos da menopausa se intensificam em mulheres com hipotireoidismo devido ao perfil lipídico alterado que essa condição promove. A queda dos estrogênios já é responsável pelo aumento do colesterol total e do LDL (colesterol “ruim”), além da redução do HDL (colesterol “bom”). O hipotireoidismo, por sua vez, agrava essa dislipidemia, aumentando os níveis de triglicerídeos e promovendo alterações na função endotelial. Isso leva a um risco mais elevado de aterosclerose, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, exigindo uma abordagem preventiva rigorosa e um controle laboratorial regular.

Na esfera reprodutiva e sexual, a mulher na menopausa com hipotireoidismo também enfrenta mais dificuldades. A libido, já naturalmente reduzida pela queda do estrogênio, sofre um impacto ainda maior com a lentificação do metabolismo e a redução da disposição física e emocional causada pelo hipotireoidismo. A lubrificação vaginal diminui significativamente, resultando em dor durante o ato sexual, infecções recorrentes e até mesmo incontinência urinária, agravada pela atrofia urogenital.

A mulher pode sentir-se desconectada do próprio corpo, envergonhada ou desmotivada para manter uma vida sexual ativa, o que pode gerar conflitos conjugais e sentimentos de inadequação.

O sistema osteoarticular também é afetado de maneira mais intensa. A menopausa já causa uma perda acelerada de massa óssea nos primeiros anos pós-menopausa, devido à ausência de estrogênio, que regula a atividade dos osteoclastos. O hipotireoidismo, especialmente se não tratado, agrava esse desequilíbrio, interferindo na remodelação óssea e na absorção de cálcio. Isso leva a um risco aumentado de osteopenia e osteoporose, mesmo em mulheres mais jovens. Além disso, dores articulares, rigidez matinal e fraqueza muscular são mais comuns, prejudicando a mobilidade e a capacidade funcional da mulher, muitas vezes confundidas com reumatismos ou sinais do envelhecimento normal.

Referências:

1.

The Prevalence of Thyroid Dysfunction in Korean Women Undergoing Routine Health Screening: A Cross-Sectional Study.

Kim Y, Chang Y, Cho IY, et al.

Thyroid : Official Journal of the American Thyroid Association. 2022;32(7):819-827. doi:10.1089/thy.2021.0544.

2.

Thyroid Disease in the Perimenopause and Postmenopause Period.

Uygur MM, Yoldemir T, Yavuz DG.

Climacteric : The Journal of the International Menopause Society. 2018;21(6):542-548. doi:10.1080/13697137.2018.1514004.

3.

Thyroid Function and Postmenopause.

Schindler AE.

Gynecological Endocrinology : The Official Journal of the International Society of Gynecological Endocrinology. 2003;17(1):79-85.

4.

Thyroid Dysfunction in Periand Postmenopausal Women-Cumulative Risks.

Frank-Raue K, Raue F.

Deutsches Arzteblatt International. 2023;120(18):311-316. doi:10.3238/arztebl.m2023.0069.

5.

Menopausal Impact on the Association Between Thyroid Dysfunction and Lipid Profiles: A Cross-Sectional Study.

Han Y, Wang C, Zhang L, et al.

Frontiers in Endocrinology. 2022;13:853889. doi:10.3389/fendo.2022.853889.

6.

Possible Association Between Subclinical Hypothyroidism and Age at Menopause in Colombian Women.

Monterrosa-Castro Á, Monterrosa-Blanco A, Sánchez-Zarza S.

Gynecological Endocrinology : The Official Journal of the International Society of Gynecological Endocrinology. 2024;40(1):2334798. doi:10.1080/09513590.2024.2334798.

 

7.

Associations Between Age at Natural Menopause and Risk of Hypothyroidism Among Postmenopausal Women From the Canadian Longitudinal Study on Aging (CLSA).

Kesibi D, Rotondi M, Edgell H, Tamim H.

PloS One. 2025;20(5):e0324635. doi:10.1371/journal.pone.0324635.

 

8.

Female Reproductive System and Thyroid Dysfunction: Findings From a 12-Year Follow-Up in the Tehran Thyroid Study.

Shariatzadeh S, Hatami H, Abdi H, et al.

Thyroid : Official Journal of the American Thyroid Association. 2024;34(11):1424-1434. doi:10.1089/thy.2024.0245.

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Hipotireoidismo e Menopausa – Parte 1

Hipotireoidismo e Menopausa – Parte 1

Hipotireoidismo e Menopausa - Parte 1

A menopausa representa uma fase de grandes transformações hormonais e metabólicas na vida da mulher. Em mulheres com hipotireoidismo, os sintomas da menopausa variam em intensidade e tendem a se tornar mais pronunciados, complexos e persistentes. Isso se deve à interação entre a deficiência estrogênica da menopausa e a redução dos hormônios tireoidianos, ambos essenciais para o equilíbrio do metabolismo, do humor, da função cardiovascular e da saúde óssea. A sobreposição desses dois quadros hormonais cria um cenário clínico desafiador, em que sintomas se intensificam e se confundem, atrasando diagnósticos e comprometendo a qualidade de vida da mulher.

O hipotireoidismo é uma condição caracterizada pela diminuição na produção dos hormônios tireoidianos, especialmente a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3), ou pela incapacidade desses hormônios de exercerem adequadamente suas funções nos tecidos. Essa deficiência afeta praticamente todos os sistemas do organismo, incluindo o neurológico, cardiovascular, digestivo, músculo-esquelético e reprodutivo.

Por sua vez, a menopausa promove um estado de hipoestrogenismo progressivo, resultando em sintomas como ondas de calor, distúrbios do sono, alterações de humor, perda óssea e redistribuição de gordura corporal. Quando essas duas condições coexistem, há um acúmulo de fatores que dificultam a adaptação do organismo e a estabilização sintomática.

Um dos primeiros sinais de que a menopausa está se intensificando em mulheres com hipotireoidismo é a piora da fadiga. A exaustão física e mental já é um sintoma comum do climatério, mas no hipotireoidismo ela se agrava devido à lentificação metabólica generalizada. As mulheres relatam sentir-se constantemente cansadas, com pouca energia para realizar tarefas simples, e com necessidade aumentada de repouso. Essa fadiga está frequentemente associada à sonolência diurna, dificuldade de concentração e um sentimento persistente de “cérebro nublado”, que pode ser confundido com sinais iniciais de demência, mas que, na verdade, é resultado da ação combinada da carência de estrogênio e de hormônios tireoidianos no sistema nervoso central.

O hipotireoidismo, mesmo em sua forma subclínica, pode agravar riscos cardiovasculares e metabólicos já aumentados pela deficiência estrogênica da menopausa.

Portanto, a relação entre menopausa e hipotireoidismo é marcada por aumento da prevalência de disfunção tireoidiana após a menopausa, sobreposição de sintomas e potencial impacto aditivo nos riscos cardiovasculares e ósseos. Recomenda-se manter um limiar baixo para investigação de disfunção tireoidiana em mulheres no climatério e pós-menopausa.

Além disso, o hipotireoidismo pode agravar complicações metabólicas e cardiovasculares já aumentadas pela deficiência estrogênica da menopausa, como dislipidemia e risco cardiovascular, além de potencializar sintomas neuropsiquiátricos, como depressão e déficit de memória.

 O hipotireoidismo também pode contribuir para a piora da qualidade de vida e aumentar o risco de osteoporose, que já é elevado no período pós-menopausa.

A literatura destaca que até mesmo formas subclínicas de hipotireoidismo podem ter impacto negativo sobre sintomas neuropsiquiátricos e metabólicos em mulheres menopausadas, justificando a recomendação de rastreamento mais amplo da função tireoidiana nesse grupo.

Portanto, a coexistência de hipotireoidismo e menopausa pode resultar em sintomas mais intensos e maior risco de complicações, exigindo abordagem diagnóstica e terapêutica cuidadosa.

O comprometimento cognitivo, por sua vez, também se intensifica. Mulheres na menopausa frequentemente referem lapsos de memória, redução da capacidade de foco e maior irritabilidade. O hipotireoidismo contribui diretamente para esses sintomas, ao afetar a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, fundamentais para o equilíbrio do humor e da função mental. Estudos mostram que a deficiência de hormônios tireoidianos está fortemente ligada ao aumento do risco de depressão, e que o tratamento adequado com levotiroxina pode reverter parte desses sintomas. No entanto, quando o controle do hipotireoidismo é inadequado, os quadros depressivos podem ser persistentes, refratários e confundidos com transtornos psiquiátricos primários.

Outro sintoma que se intensifica de forma marcante é a intolerância ao frio. A menopausa já altera a regulação térmica do corpo, resultando em episódios de ondas de calor e sudorese, sobretudo noturna. Quando somada ao hipotireoidismo, que reduz a termogênese e diminui o fluxo sanguíneo periférico, a mulher passa a alternar entre sensações extremas de calor e frio, o que compromete o conforto, o sono e o bem-estar geral. Essa instabilidade térmica também interfere na qualidade do sono, que se torna mais fragmentado, leve e não reparador. A mulher acorda várias vezes durante a noite, muitas vezes com calafrios, suores ou agitação emocional, e, pela manhã, sente-se ainda mais exausta do que na noite anterior.

A pele, os cabelos e as unhas também sofrem alterações mais acentuadas nesse grupo. A pele, que tende a ficar mais fina e seca com a queda do estrogênio, torna-se ainda mais áspera e ressecada com o hipotireoidismo, que reduz a hidratação natural e o metabolismo dos tecidos cutâneos. Os cabelos, por sua vez, tornam-se quebradiços, com queda mais acentuada, especialmente nas regiões frontal e parietal. As unhas apresentam crescimento lento, perda de brilho e tendência à fragilidade. Esses sinais físicos, embora não graves do ponto de vista clínico, impactam a autoestima feminina, sobretudo em uma fase em que a imagem corporal já está sendo desafiada por mudanças como ganho de peso, flacidez e alterações na composição corporal.

O ganho de peso, aliás, é uma das queixas mais frequentes e frustrantes entre mulheres na menopausa com hipotireoidismo. O metabolismo basal naturalmente desacelera após os 40 anos, mas o hipotireoidismo potencializa essa redução, favorecendo o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Além disso, há uma diminuição na massa magra e um aumento na resistência à insulina, o que favorece quadros de pré-diabetes ou agrava o controle glicêmico em mulheres já diabéticas. A resposta ao exercício físico e às dietas também tende a ser mais lenta, o que contribui para uma sensação de impotência diante do espelho e compromete a motivação para mudanças no estilo de vida. Esse acúmulo de gordura visceral também aumenta o risco cardiovascular, já elevado devido à combinação de menopausa e disfunção tireoidiana.

No campo cardiovascular, os efeitos da menopausa se intensificam em mulheres com hipotireoidismo devido ao perfil lipídico alterado que essa condição promove. A queda dos estrogênios já é responsável pelo aumento do colesterol total e do LDL (colesterol “ruim”), além da redução do HDL (colesterol “bom”). O hipotireoidismo, por sua vez, agrava essa dislipidemia, aumentando os níveis de triglicerídeos e promovendo alterações na função endotelial. Isso leva a um risco mais elevado de aterosclerose, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral, exigindo uma abordagem preventiva rigorosa e um controle laboratorial regular.

Na esfera reprodutiva e sexual, a mulher na menopausa com hipotireoidismo também enfrenta mais dificuldades. A libido, já naturalmente reduzida pela queda do estrogênio, sofre um impacto ainda maior com a lentificação do metabolismo e a redução da disposição física e emocional causada pelo hipotireoidismo. A lubrificação vaginal diminui significativamente, resultando em dor durante o ato sexual, infecções recorrentes e até mesmo incontinência urinária, agravada pela atrofia urogenital.

A mulher pode sentir-se desconectada do próprio corpo, envergonhada ou desmotivada para manter uma vida sexual ativa, o que pode gerar conflitos conjugais e sentimentos de inadequação.

O sistema osteoarticular também é afetado de maneira mais intensa. A menopausa já causa uma perda acelerada de massa óssea nos primeiros anos pós-menopausa, devido à ausência de estrogênio, que regula a atividade dos osteoclastos. O hipotireoidismo, especialmente se não tratado, agrava esse desequilíbrio, interferindo na remodelação óssea e na absorção de cálcio. Isso leva a um risco aumentado de osteopenia e osteoporose, mesmo em mulheres mais jovens. Além disso, dores articulares, rigidez matinal e fraqueza muscular são mais comuns, prejudicando a mobilidade e a capacidade funcional da mulher, muitas vezes confundidas com reumatismos ou sinais do envelhecimento normal.

Referências:

1.

The Prevalence of Thyroid Dysfunction in Korean Women Undergoing Routine Health Screening: A Cross-Sectional Study.

Kim Y, Chang Y, Cho IY, et al.

Thyroid : Official Journal of the American Thyroid Association. 2022;32(7):819-827. doi:10.1089/thy.2021.0544.

2.

Thyroid Disease in the Perimenopause and Postmenopause Period.

Uygur MM, Yoldemir T, Yavuz DG.

Climacteric : The Journal of the International Menopause Society. 2018;21(6):542-548. doi:10.1080/13697137.2018.1514004.

3.

Thyroid Function and Postmenopause.

Schindler AE.

Gynecological Endocrinology : The Official Journal of the International Society of Gynecological Endocrinology. 2003;17(1):79-85.

4.

Thyroid Dysfunction in Periand Postmenopausal Women-Cumulative Risks.

Frank-Raue K, Raue F.

Deutsches Arzteblatt International. 2023;120(18):311-316. doi:10.3238/arztebl.m2023.0069.

5.

Menopausal Impact on the Association Between Thyroid Dysfunction and Lipid Profiles: A Cross-Sectional Study.

Han Y, Wang C, Zhang L, et al.

Frontiers in Endocrinology. 2022;13:853889. doi:10.3389/fendo.2022.853889.

6.

Possible Association Between Subclinical Hypothyroidism and Age at Menopause in Colombian Women.

Monterrosa-Castro Á, Monterrosa-Blanco A, Sánchez-Zarza S.

Gynecological Endocrinology : The Official Journal of the International Society of Gynecological Endocrinology. 2024;40(1):2334798. doi:10.1080/09513590.2024.2334798.

 

7.

Associations Between Age at Natural Menopause and Risk of Hypothyroidism Among Postmenopausal Women From the Canadian Longitudinal Study on Aging (CLSA).

Kesibi D, Rotondi M, Edgell H, Tamim H.

PloS One. 2025;20(5):e0324635. doi:10.1371/journal.pone.0324635.

 

8.

Female Reproductive System and Thyroid Dysfunction: Findings From a 12-Year Follow-Up in the Tehran Thyroid Study.

Shariatzadeh S, Hatami H, Abdi H, et al.

Thyroid : Official Journal of the American Thyroid Association. 2024;34(11):1424-1434. doi:10.1089/thy.2024.0245.

Referências

1.

Labor Dystocia in Nulliparous Women.

LeFevre NM, Krumm E, Cobb WJ.

American Family Physician. 2021;103(2):90-96.

2.

The Latent Phase of Labor.

Cohen WR, Friedman EA.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2023;228(5S):S1017-S1024. doi:10.1016/j.ajog.2022.04.029.

3.

Defining and Managing Normal and Abnormal First Stage of Labor.

Rhoades JS, Cahill AG.

Obstetrics and Gynecology Clinics of North America. 2017;44(4):535-545. doi:10.1016/j.ogc.2017.07.001.

4. 

The Active Phase of Labor.

Friedman EA, Cohen WR.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2023;228(5S):S1037-S1049. doi:10.1016/j.ajog.2021.12.269.

5.

Parturition at Term: Induction, Second and Third Stages of Labor, and Optimal Management of Life-Threatening Complications-Hemorrhage, Infection, and Uterine Rupture.

Romero R, Sabo Romero V, Kalache KD, Stone J.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2024;230(3S):S653-S661. doi:10.1016/j.ajog.2024.02.005.

  • Doenças cardiovasculares:Mulheres com doenças cardíacas congênitas ou adquiridas, como hipertensão crônica ou insuficiência cardíaca, têm maior risco de complicações como pré-eclâmpsia e parto prematuro. Essas condições podem prolongar o primeiro estágio do trabalho de parto e aumentar a necessidade de intervenções, como cesariana.[1-2]
  • Obesidade:Mulheres obesas apresentam um progresso mais lento do trabalho de parto, especialmente antes de 6 cm de dilatação cervical, o que pode levar a um aumento na duração do primeiro estágio e maior necessidade de oxitocina para indução.[3-4]

Segundo estágio:

  • Diabetes mellitus:Tanto o diabetes gestacional quanto o pré-existente podem aumentar o risco de macrossomia fetal, o que pode prolongar o segundo estágio do trabalho de parto e aumentar a probabilidade de parto instrumental ou cesariana.[2][5]
  • Doenças pulmonares:Condições como asma e hipertensão pulmonar podem dificultar o esforço expulsivo da mãe, prolongando o segundo estágio e aumentando o risco de complicações maternas e neonatais.[1-2]

Terceiro estágio:

  • Distúrbios de coagulação:Mulheres com condições como trombofilia ou doenças hepáticas têm um risco aumentado de hemorragia pós-parto, o que pode complicar o terceiro estágio do trabalho de parto.[2][6]
  • Infecções:A presença de infecções maternas, como corioamnionite, pode aumentar o risco de complicações infecciosas durante o terceiro estágio, incluindo endometrite e sepse.[7-8]

Essas informações são baseadas em diretrizes e estudos clínicos, incluindo as recomendações da Society for Maternal-Fetal Medicine, que destacam a importância de monitoramento e cuidados adicionais para mulheres com condições crônicas durante o trabalho de parto.[2][9]

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References

1.

Maternal Comorbidities and Complications of Delivery in Pregnant Women With Congenital Heart Disease.

Schlichting LE, Insaf TZ, Zaidi AN, Lui GK, Van Zutphen AR.

Journal of the American College of Cardiology. 2019;73(17):2181-2191. doi:10.1016/j.jacc.2019.01.069.

 Leading Journal 

2.

Society for Maternal-Fetal Medicine Consult Series #54: Assessing the Risk of Maternal morbidity and Mortality.

Lappen JR, Pettker CM, Louis JM.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2021;224(4):B2-B15. doi:10.1016/j.ajog.2020.12.006.

3.

Maternal Prepregnancy Overweight and Obesity and the Pattern of Labor Progression in Term Nulliparous Women.

Vahratian A, Zhang J, Troendle JF, Savitz DA, Siega-Riz AM.

Obstetrics and Gynecology. 2004;104(5 Pt 1):943-51. doi:10.1097/01.AOG.0000142713.53197.91.

4.

Effect of Maternal BMI on Labor Outcomes in Primigravida Pregnant Women.

Khalifa E, El-Sateh A, Zeeneldin M, et al.

BMC Pregnancy and Childbirth. 2021;21(1):753. doi:10.1186/s12884-021-04236-z.

5.

First Stage of Labor Progression in Women With Large-for-Gestational Age Infants.

Blankenship SA, Woolfolk CL, Raghuraman N, et al.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2019;221(6):640.e1-640.e11. doi:10.1016/j.ajog.2019.06.042.

6.

Maternal Morbidity and Risk of Death at Delivery Hospitalization.

Campbell KH, Savitz D, Werner EF, et al.

Obstetrics and Gynecology. 2013;122(3):627-33. doi:10.1097/AOG.0b013e3182a06f4e.

7.

Maternal Inflammatory Markers and Term Labor Performance.

Cierny JT, Unal ER, Flood P, et al.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2014;210(5):447.e1-6. doi:10.1016/j.ajog.2013.11.038.

8.

Maternal Age and Risk of Labor and Delivery Complications.

Cavazos-Rehg PA, Krauss MJ, Spitznagel EL, et al.

Maternal and Child Health Journal. 2015;19(6):1202-11. doi:10.1007/s10995-014-1624-7.

9.

Society for Maternal-Fetal Medicine Consult Series #55: Counseling Women at Increased Risk of Maternal Morbidity and Mortality.

Kaimal A, Norton ME.

American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2021;224(4):B16-B23. doi:10.1016/j.ajog.2020.12.007.

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